O presente ensaio tem por objetivo apresentar a importância da filosofia na perspectiva educacional a partir de Matthew Lipman e Martha Nussbaum. Com o objetivo de analisar a reflexão filosófica defendida por ambos os autores, procura-se problematizar o papel desempenhado por um ensino formativo, humanístico e que se articula diretamente com os modos de ser, pensar e agir. As questões norteadoras do estudo são: porque é relevante defender a filosofia nas escolas? O que estes autores pensam sobre diálogo, pensamento crítico (...) e investigação? Quais são as contribuições da filosofia para a sustentação de uma escola que favoreça o respeito às diferenças e conscientize para o bem comum? Para responder essas provocações, o ensaio está estruturado em três partes, na primeira é demonstrada de forma bem objetiva, o cenário de crises e incertezas que a escola vêm passando, em seguida é apresentado os traços da filosofia como educação para o pensar a partir de Matthew Lipman, na terceira parte, através do pensamento de Martha Nussbaum, evidencia-se que diante de uma crise sem precedentes no âmbito da educação, é necessária a defesa de uma pedagogia socrática, ao contrário de um ensino sob o prisma da modernização escolar voltada ao gerencialismo neoliberal. Desde esta perspectiva, temos a firme convicção em sustentar o ensino de filosofia como disciplina necessária para o pensamento crítico, por meio da investigação e do diálogo. Tendo em vista essas questões, nas considerações finais retoma-se a problemática realizada e aponta-se desafios que fomentam a construção do conhecimento para a vivência da cidadania e sustentação da democracia. Essa pesquisa é de caráter teórico-bibliográfico, amparada numa metodologia qualitativa e ancorada no método analítico-hermenêutico. (shrink)

No contexto da pandemia, vivemos a incerteza de quando a vida tornará a sua normalidade. Esse momento de incerteza nos impulsiona a reflexão sobre o atual cenário, os desafios e possibilidades dessa nova forma de viver. Pensando nisso, o presente estudo de cunho bibliográfico hermenêutico busca refletir acerca da prática pedagógica e do ensino de filosofia no atual contexto, atendo-se aos seguintes problemas: é possível uma prática pedagógica de qualidade em meio a esse cenário? De que modo o ensino de (...) filosofia pautado na reflexão pode ser possível na modalidade à distância? Para dar conta de tais questões, buscamos nas reflexões de Antunes Neto (2020) e Barreto; Rocha (2020), o diálogo acerca da possibilidade da prática pedagógica em tempos de pandemia, assim como a possibilidade do ensino de filosofia por meio da reflexão presente nos escritos de Trombetta (2013). (shrink)

Ao pesquisar a realidade educacional contemporânea é preciso conceber que os desafios que atingem a práxis pedagógica em sala de aula se apresentam de forma multifacetada e complexa. Pensar a atuação docente se mostra cada vez mais desafiadora e prescinde de problematizações que auxiliem no enfrentamento das dificuldades. Assim, a presente pesquisa trata da temática acerca do diálogo como um princípio ético na prática pedagógica em sala de aula, com ênfase na concepção dos docentes da Escola X. Tratando-se de uma (...) pesquisa de cunho analítico-hermenêutico, é adotada a metodologia da observação participante, realizada om observações diretas, em atividades cotidianas, na escola indicada, nas quais buscou-se evidenciar o conceito de diálogo de Paulo Freire (1981) e de sua função primordial na relação professor/aluno. Assim, o problema de pesquisa localizou-se na seguinte questão: é possível exercer o diálogo como um princípio ético na concepção dos docentes da Escola X? Assim, com justificativa no fomento ao debate acerca de princípios éticos na prática pedagógica, presentes nos escritos de Elli Benincá (2010) que devem ser assumidos pelos docentes em seu fazer diário, pode-se observar que embora desejável na teoria, o diálogo nem sempre é exercido na pratica cotidiana em sala de aula. No entanto, entendemos que sua compreensão conceitual e seu efetivo exercício por parte dos docentes, de forma a preservar princípios éticos, pode propiciar um sentimento de esperança ao crer no diálogo como possibilidade de superar o modelo "bancário" de educação, transformando a sala de aula em um lugar de troca de saberes e de emancipação individual e coletiva. (shrink)

Este artigo apresenta uma proposta de vivência da democracia na escola discutindo num primeiro momento a relação entre educação escolar e democracia a partir de Biesta e, num segundo momento, a proposta de educação formulada por Dewey em Democracia e educação. Em seguida, abordando a obra de Joseph Püig et al., Democracia e participação escolar, trata das características da escola democrática e de como elas podem efetivar-se no cotidiano escolar.

A Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 inseriu a Filosofia nos currículos do Ensino Médio com o indicativo de interdisciplinaridade, permanecendo em aberto questões acerca de como fazer com que a Filosofia potencialize a experiência interdisciplinar. Com o objetivo de correlacionar interdisciplinaridade e Filosofia, o artigo resulta de uma análise hermenêutica que confronta reflexões de Hannah Arendt sobre a crise na educação e a proposta da comunidade de investigação de Lipman. Parte da noção de que em meados do século XX, (...) a educação tradicional foi substituída pela pedagogia progressista e a educação passou a ser pensada como ciência do ensino em geral, a fim de atender à dinâmica do avanço científico e tecnológico. A visão analítica e linear das especialidades não responde satisfatoriamente às demandas atuais de uma ciência complexa, articulada e em rápida transformação. Diante do requisito interdisciplinar da ciência, o específico da Filosofia é a problematização e a sistematização do filosofar; de mediação entre as disciplinas, em virtude da dimensão holística de seus conteúdos, e de vigilância epistemológica como recurso de revisão e atualização dos saberes. Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Filosofia. Ciência. Crise na educação. Comunidade de investigação. (shrink)

Walter Benjamin fala da experiência como sendo o tipo de sabedoria que resulta do encontro de práticas individuais com o horizonte de sentido fornecido pela vida comunitária. Mas esse encontro tem se tornado mais difícil a partir do desenvolvimento da sociedade capitalista moderna. As novas dinâmicas de trabalho, somadas ao ritmo acelerado da vida urbana, favorecem o isolamento dos indivíduos e deturpam sua capacidade de filtrar, significativamente, os eventos que se acumulam no cotidiano. Muitas coisas acontecem, mas muito pouco permanece (...) desses acontecimentos. A experiência dá lugar, assim, à mera vivência. Diferentemente da experiência, que se articula a partir do fundo significativo de uma comunidade e se torna significativa em relação a ela, a vivência se constitui como um momento privado. A vivência não conecta os indivíduos à vida da comunidade, à tradição, e nisso reside sua pobreza. Pobreza de experiência é, portanto, pobreza cultural, carência de perspectivas mais amplas que possam apoiar uma avaliação significativa das vivências; em suma, incapacidade de aprender. Diante desse contexto, o presente ensaio busca enfatizar o impacto negativo da pobreza de experiência à constituição da subjetividade do indivíduo contemporâneo e assinalar a possibilidade de fazer frente a esse quadro de empobrecimento a partir de uma ideia de educação voltada à formação integral, que, mesmo diante do apelo crescente do conhecimento técnico-científico especializado, não abra mão do ensino das humanidades. Nessa linha, defende-se a tese de que as disciplinas de formação humanística, como Artes, Literatura, Filosofia, cumprem um papel de destaque no desenvolvimento das condições necessárias à realização de experiências, no sentido específico descrito por Benjamin. O ensaio, de cunho bibliográfico-hermenêutico, se apresenta como uma contribuição para pensar nos atuais desafios educacionais. Palavras-chave: Experiência. Pobreza de experiência. Walter Benjamin. Educação. Educação humanística. (shrink)

É preciso refletir sobre a formação do professor de Filosofia. É necessário olhar a própria prática dos cursos, o perfil dos alunos que os estão freqüentando, a inserção desses estudantes nas escolas, o tipo de Filosofia que nelas está sendo trabalhada, a receptividade que a Filosofia está tendo, os livros didáticos de Filosofia e o seu uso.

Toda e qualquer didática possui uma epistemologia subjacente e sua identificação ou taxionomia nos possibilita elaborar chaves de leitura para compreender certos tensionamentos produzidos na forma como ensinamos e/ou aprendemos. No presente estudo, de cunho hermenêutico , buscamos compreender a epistemologia da complexidade e as decorrências para os processos didáticos. Primeiramente, analisamos as limitações da epistemologia da simplificação, que caracteriza grande parte do pensamento didático moderno, e a emergência da epistemologia da complexidade. Posteriormente, exploramos os princípios da complexidade-sistêmico-organizacional, hologramático, organização (...) recursiva, dialógico, auto-eco-organização e a reintrodução do sujeito cognoscente –, analisando, por fim, as decorrências para a didática numa perspectiva complexa. (shrink)

Frecuentemente se piensa que el capitalismo, liberalismo o la sociedad abierta actualmente prevalecen. Este trabajo muestra que ése no es el caso. La relación gasto público-producto bruto nacional y nociones tales como la redistribución de ingresos, "los bienes públicos", los privilegios que se otorgan a los llamados "empresarios", las restricciones al comercio exterior, las políticas vinculadas a la ecología, el "socialismo de mercado", y la inexistencia de la división de poderes y una Justicia independiente son algunos de los temas que (...) revelan que las ideas colectivistas avanzan a través de diversos canales. (shrink)

Resumen Este artículo ofrece una lectura de la pintura renacentista según los principios establecidos por Leon Battista Alberti, uno de los primeros teóricos de la perspectiva en cuyo Tratado de pintura se refiere al cuadro como “una ventana abierta a la historia”. El concepto de historia empleado por Alberti, que se presta a numerosas interpretaciones, es abordado a partir de las reflexiones de Erwin Panofsky en torno a la perspectiva como “forma simbólica”, avanzando hacia una hipótesis en torno al carácter (...) simbólico de la configuración y representación del tiempo en el cuadro-ventana albertiano.This paper offers a reading of the renaissance painting according to the principles established by Leon Battista Alberti, one of the first theorists of perspective in painting which Trattato della pittura define the frame of the painting as “an open window into history”. The concept of history employed by Alberti, which lends itself to many interpretations, is approached from the reflections of Erwin Panofsky about the prospect as “symbolic form”, moving towards a hypothesis about the symbolic nature of the configuration and representation of time in the alberti’s window. (shrink)

Berichte zur Wissenschaftsgeschichte, EarlyView.

In 1873, W. K. Clifford introduced a notion of parallelism in the three-dimensional elliptic space that, quite surprisingly, exhibits almost all properties of Euclidean parallelism in ordinary space. The purpose of this paper is to describe the genesis of this notion in Clifford’s works and to provide a historical analysis of its reception in the investigations of F. Klein, L. Bianchi, G. Fubini, and E. Bortolotti. Special emphasis is placed upon the important role that Clifford’s parallelism played in the development (...) of the theory of connections. (shrink)

Focusing especially on Science and the Modern World, this article explores Whitehead's understanding of the social contexts and repercussions of mathematical and scientific abstraction. It investigates his remarks on the need to offset pernicious practices of abstraction in the context of a renewed concern with the link between conceptuality and materiality in social theory. Whitehead's inquiry into the problematic legacy of Galileo and scientific materialism is then contrasted with a different diagnosis of the abstractive maladies of modern society, the one (...) put forward under the Marxist rubric of `real abstraction'. While both stances allow us to explore the social repercussions of abstractive practices, it is argued that an understanding of the practically abstract character of capitalism permits us to identify the limits of Whitehead's pedagogical wish to reform our culture of abstraction. (shrink)

Today philosophical discussion on indicative conditionals is dominated by the so called Lewis Triviality Results, according to which, tehere is no binary connective '-->' (let alone truth-functional) such that the probability of p --> q equals the probability of q conditionally on p, so that P(p --> q)= P(q|p). This tenet, that suggests that conditonals lack truth-values, has been challenged in 1991 by Goodman et al. who show that using a suitable three-valued logic the above equation may be restored. In (...) this paper it is first analysed a long neglected paper by Bruno de Finetti, written in 1935, where the essentials of Goodman's theory was clearly outlined. It is also stressed that de Finetti anticipated Kleene's as well as Bochvar and Blamey ideas. In the second part of the paper it is argued that the de Finetti-Goodman's original theory is defective and leads to absurd results. However, a new semantics, called semantics of hypervaluations, is here defined, that avoids the defects of the original theory. This appears to be a powerful challenge to Lewis Triviality results and to the thesis by which conditionals lack truth-values as well. (shrink)

Although exceptionally successful in the laboratory, the standard version of quantum theory is marred as a realist-objectivist proposition because of its internal conceptual difficulties and its tension with important parts of physics—most conspicuously, relativity theory. So, to meet these challenges, in recent years at least three distinct major objectivist programs have been advanced to further quantum theory into a proper general account of material systems. Unfortunately, the resulting proposals turn out to be, for all practical purposes, empirically equivalent both among (...) themselves and against the standard version. This paper analyzes the basic issues involved in the case. It is argued that (a) the global anti-realist conclusion derived from it are fallacious, and (b) the encountered underdetermination shows how contingent upon the state of empirical knowledge talk about the “limits of science” actually is. (shrink)

Alain Badiou, Manifesto for Philosophy, Translated, Edited and withan Introduction by Norman Madarasz ISBN - 9780791442197Alain Badiou, Deleuze. The Clamor of Being, Translated and with aPreface by Louise Burchill ISBN - 9780816631391.

En el presente trabajo se interpretan los sentidos teológicos de los términos bíblicos "carne" y "carnalidad" mostrando su carácter ambivalente que surge de binomios cargados tanto de connotaciones negativas como positivas. Se tratará de mostrar que las primeras parten de una interpretación parcial ..

Character plays a central role in our everyday understanding and evaluation of ourselves and one another. It informs the expectations that ground our plans and projects, our moral responses to other people's behaviour and to opportunities we ourselves face, and our political decisions concerning formal education, criminal punishment, and other aspects of social organisation. These philosophical essays clarify this idea of character, analyse its relation with the findings of experimental psychology, and draw out the implications of this for education and (...) for criminal punishment. They emphasise that character is inherently dynamic, challenging the tendency among personality psychologists and virtue ethicists alike to focus on static snapshots of traits, and they emphasise the close integration of character with the individual's social context. The volume is intended to demonstrate the deep conceptual affinity of moral philosophy and social psychology and the consequent potential for each to benefit from the other. (shrink)